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A viuva de Sarepta

Sarepta era uma pequena cidade  costeira fora das fronteiras de Israel, pertencia ao domínio de Sidon e era governada por pagãos. Por toda região, no reinado de Acabe, houve uma grande seca. Por três anos e seis meses nem uma gota sequer de água caiu do céu. Esta seca, fora predita pelo profeta Elias, que perseguido por corruptos governantes, se refugia junto ao ribeiro de Querite. Elias ficou em Querite, sendo sustentado pelos corvos até o riacho secar. Deus cuidou de Elias para que não morresse de fome, já que não podia andar livremente pela região, o lugar e as circunstâncias que vivia o profeta, eram incomuns. Ninguém sabia seu paradeiro, a não ser Deus.

Certo dia Elias acorda e não vê corvos, nem comida, nem água. O riacho havia secado. Ele precisava partir, algo novo lhe esperava. Quem ordena que o riacho seque é o próprio Deus que lhe aponta um novo caminho, nova direção: "Levanta-te, vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma viúva que te sustente" I Rs 17:9.

Quando "o riacho" seca, é hora de recomeço. Chegando a Sarepta, a porta da cidade, está uma viúva, apanhando gravetos. Não era lenha, eram gravetos. Lenha é para fogo alto. Gravetos, para pequeninas chamas, que rapidamente se tornam em brasa, sinal de pouca comida. Elias, cansado da viagem, cumprimenta a mulher e lhe pede um pouco de água e também pão: "Não tenho comida em casa, só um punhado de farinha e um pouco de azeite, vês, só peguei dois gravetos, vou prepará-lo para mim e meu filhos para que comamos e morramos" I Rs 17:12

A reação de Elias, diante da confissão da viúva, é inusitada. Ele pede que o alimento seja dado primeiramente para ele, assim Deus multiplicaria o azeite e a farinha até a chegada da chuva. Sem questionar, a mulher obedece e a Palavra do Senhor se cumpre, dando-lhe fartura de víveres.

Os Gravetos:

A viúva de Sarepta não entregou apenas as primícias da refeição para Deus, mas tudo que tinha. Os gravetos se multiplicaram em sua casa. A noticia se espalhou e logo vieram pedintes. Muitas outras pessoas foram alimentadas. Ali estava, uma viúva solitária, em território pagão, falando do Deus de Israel e de suas maravilhas. E ela nem era do povo escolhido! Jesus, disse que muitas viúvas havia em Israel na época da grande fome, mas apenas a uma das viúvas, foi enviada providência. Lc 4:25.

A fé de uma gentia moveu o coração de Deus. Israel era tão populoso, uma vida, representa uma porta tão estreita… Onde estariam os judeus? Adorando a Baal? Se curvando a Jezabel, Acabe? Esperando que estes lhes trouxessem chuva? Estariam murmurando? Ao contemplar essa passagem Bíblica, temo pela Igreja. Teríamos a mesma fé da mulher que atraiu Elias até Sarepta? Estaria a igreja hoje como os judeus da época de Elias?

 No apanhar dos gravetos, a viúva de Sarepta, teve um encontro com o Deus de Israel, a quem ela buscava e temia. Sua vida estava por um fio, se Elias não tivesse chegado, a morte a alcançaria. Como está sua vida? Chegou ao limite dos gravetos? Entregue os poucos que lhe restam para Deus, confie e Ele lhe dará vida, em abundância. Não entregue sob medida, mas por inteiro. Saiba que para Deus, não existe distância, barreira ou circunstância, tudo que Ele quer é um coração que lhe adore, com todas as forças. Ele mesmo removera "a fome", multiplicará "o azeite e a farinha".

link Fonte: http://www.atendanarocha.com/2010/04/apanhando-gravetos-viuva-de-sarepta.html

UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO


SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA: UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO




Sim, homens e mulheres de Deus podem sofrer de depressão. Grandes gigantes da fé já confessaram que tiveram de lutar contra os males da depressão, e outros ainda lutam.
Antes de comentar sobre a depressão, quero chamar a atenção para alguns números: 
"Cerca de 16% da população mundial já teve depressão nervosa pelo menos uma vez na vida." (Wikipédia) 
Cerca de 340 milhões de pessoas de ambos os sexos no mundo inteiro padecem desse tipo de sofrimento profundo. O Brasil possui 13 milhões de depressivos de todas as idades, classes sociais e raças, mergulhadas numa melancolia atroz que altera seus hábitos de vida, afastando-as do convívio social e do trabalho. 33% dos filhos de pais depressivos têm depressão. O mundo gasta 7 bilhões de dólares por ano contra antidepressivos. Segundo a OMS, depressão e ansiedade são responsáveis pela metade (740 milhões de pessoas) das doenças mentais existentes no mundo (Veja e Boehringer)

"Apesar de atingir uma grande parte da população - 17 milhões apenas no Brasil -, a depressão, muitas vezes, não é diagnosticada nem tratada de maneira adequada. Hoje a doença é a quarta causa global de incapacidade e deve se tornar a segunda até o ano de 2021. Além disso, a Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 75% das pessoas com depressão não recebem tratamento adequado." (Booehringer) 
"A média etária de sua primeira manifestação baixou de 40 para 26 anos. Crianças e adolescentes hoje integram o rol dos consumidores de antidepressivos." (Época) 
1. Definição de Depressão 
Observemos algumas definições para a depressão: 
"A depressão (também chamada de transtorno depressivo maior) é um problema médico caracterizado por continuada alteração no humor e falta de interesse em atividades prazerosas. O estado depressivo se diferencia do comportamento "triste" ou melancólico que afeta a maioria das pessoas por se tratar de uma condição duradoura de origem neurológica acompanhada de vários sintomas específicos. Ou seja, depressão não é tristeza. É uma doença que tem tratamento." (Wikipédia) 
"A depressão é um distúrbio da emoção que afeta o corpo, o humor e o pensamento: altera o apetite e o sono, a forma como a pessoa se sente e como pensa. Não é uma tristeza passageira, não é sinal de fraqueza pessoal ou uma condição que possa ser revertida com força de vontade." (Roche Brasil) 
"A depressão é muito, muito mais profunda e resistente do que a tristeza. [...] Para se ter uma idéia do que é uma depressão severa, tente entender o desconforto de várias noites sem dormir misturado à dor causada pela perda de um parente querido." (Peter Whybrow in Veja) 
2. Sintomas, Sinais e Sentimentos Relacionados à Depressão

Vários são os sintomas, sinais e sentimentos da depressão. Os sintomas essenciais, são descritos por várias autoridades médicas como são: 
Humor persistentemente rebaixado, apresentando-se como tristeza, angústia ou sensação de vazio; 
- Diminuição do interesse e prazer em atividades que antes eram prazerosas (Wikipédia)

Os demais sintomas envolvem: 
- Dificuldade de concentração, alterações do apetite e do sono, sentimento de pesar ou fracasso, diminuição da autoestima, sentimento de culpa, irritabilidade, agressividade, ideia recorrente de suicídio e morte etc. Manifestações físicas também ocorrem, tais como: dores de cabeça, dores no peito, dores musculares, desinteresse pela atividade sexual. 
3. As Causas da Depressão 
A depressão pode ter como causa os fatores psico-sociais, biológicos, físicos e outros (veja detalhes na Wikipédia)

Fatores químicos também se relacionam com as causas da depressão:

"Classicamente chamada de 'doença da alma', a depressão ganhou um caráter químico quando se descobriu sua ligação com a falta de duas substâncias no cérebro: a serotonina e a noradrenalina." (Época)

"Depressão severa é uma doença, um desarranjo na química cerebral [...]. (Veja) 
"Sabe-se hoje que a depressão é associada a um desequilíbrio em certas substâncias químicas no cérebro e os principais medicamentos antidepressivos têm por função principal agir no restabelecimento dos níveis normais destas substâncias, principalmente a serotonina." (Wikipédia) 
"A causa exata da depressão permanece desconhecida. a explicação mais provavelmente correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos". (Psicosite) 
4. Casos Bíblicos de Depressão  

Collins (1995, p. 85) cita alguns de depressão na Bíblia:

Moisés: "Então, Moisés ouviu chorar o povo por famílias, cada um à porta de sua tenda; e a ira do SENHOR grandemente se acendeu, e pareceu mal aos olhos de Moisés. Disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei favor aos teus olhos, visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo? Concebi eu, porventura, odo este povo? Dei-o eu à luz, para que me digas: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que, sob juramento, prometeste a seus pais? Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Pois chora diante de mim, dizendo: Dá-nos carne que possamos comer. Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais. Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria." (Nm 11.10-15) 

Davi: "Ó SENHOR, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. Chegue à tua presença a minha oração, inclina os ouvidos ao meu clamor. Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte. Sou contado com os que baixam à cova; sou como um homem sem força, atirado entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras; são desamparados de tuas mãos." (Sl 88.1-5) 

Elias: "Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais. [...] Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos [...]" (1 Rs 19.4; Tg 5.17)

Jeremias: "Maldito o dia em que nasci! Não seja bendito o dia em que me deu à luz minha mãe! Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho!, alegrando-o com isso grandemente. Seja esse homem como as cidades que o SENHOR, sem ter compaixão, destruiu; ouça ele clamor pela manhã e ao meio-dia, alarido. Por que não me matou Deus no ventre materno? Por que minha mãe não foi minha sepultura? Ou não permaneceu grávida perpetuamente? Por que saí do ventre materno tão-somente para ver trabalho e tristeza e para que se consumam de vergonha os meus dias?" (Jr 20.14-18) 

Jonas: "Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. E orou ao SENHOR e disse: Ah! SENHOR! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver." (Jn 4.1-3) 

: "Por que não morri eu na madre? Por que não expirei ao sair dela? [...]. Porque já agora repousaria tranquilo; dormiria, e, então, haveria para mim descanso [...]. Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem? Eles cavam em procura dela mais do que tesouros ocultos. Eles se regozijariam por um túmulo e exultariam se achassem a sepultura. Por que se concede luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus cercou de todos os lados? Por que em vez do meu pão me vêm gemidos, e os meus lamentos se derramam como água? Aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece. Não tenho descanso, nem sossego, nem repouso, e já me vem grande perturbação. [...] Eu sou íntegro, não levo em conta a minha alma, não faço caso da minha vida." (Jó 3.11, 13, 20, 21-26; 9.21) 

Segundo Collins (ibd., p. 74), o próprio Jesus no Getsêmani, manifestou sintomas de depressão: "e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo." (Mt 26.37-38)

5. A Cura Para a Depressão 

A Wikipédia apresenta algumas sugestões de tratamentos comuns para a depressão:
·                     Medicação
·                     Psicoterapia comportamental
·                     Eletroconvulsoterapia
·                     Estimulacao Magnetica Transcraniana
·                     Suplementos alimentares
·                     Atividades físicas
               
Em todas as situações, cabe ao crente deprimido buscar a ajuda médica, sem negligenciar o auxílio espiritual. O inverso também deve ser feito. Não se deve espiritualizar todas as doenças, achando que tudo é de origem diabólica. Procurar um especialista da área da saúde corporal e mental é no mínimo prudente. 

Nos casos bíblicos citados, pode-se perceber claramente a possibilidade da intervenção divina para a cura da depressão. 

Após a intervenção sobrenatural (1 Rs 19.5-8), Elias ouviu do anjo palavras de encorajamento: "Levanta-te e come, porque o caminho será sobremodo longo."

Referências Bibliográficas

COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 1995. 
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001. 
PERRY, Lloyd M; SELL, Charles. Pregando sobre os problemas da vida. 2. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1991. 
http://www.boehringer-ingelheim.com.br/, acesso em 23/07/2008. 
http://www.psicosite.com.br/tra/hum/depressao.htm, acesso em 23/07/2008.
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/, acesso em 23/07/2008. 
http://www.bibliaonline.net/bol/, acesso em 23/07/2008.

John C. Maxwell, a Bíblia da Liderança Cristã


Com notas e artigos do renomado especialista em liderança, John C. Maxwell, 
a Bíblia da Liderança Cristã é um verdadeiro guia para quem quer superar os desafios do século XXI e exercer um papel de liderança.

Tendo como fundamento a Palavra de Deus, analisa exemplos de liderança 
na Bíblia e apresenta as qualidades, tão valorizadas e enfatizadas, de um líder nos dias de hoje.

O LEGADO DE ELIAS


SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA: O LEGADO DE ELIAS




Todo líder, de qualquer seguimento, um dia terá que deixar o cargo. Isso é um processo natural. Acontece que muitos pensam que são insubstituíveis, ou não querem "largar" a liderança para não perder status, vantagens, benefícios, privilégios etc. É aí que surgem os problemas.

Tenho afirmado que toda lição bíblica precisa ser aplicada e contextualizada. A aprendizagem na escola dominical precisar transformar a nossa vida, a nossa maneira de ser e fazer as coisas. Dessa maneira, vamos partir de alguns problemas concretos em nossos dias, para depois aprendermos sobre sucessão com Elias e Eliseu.

Observe o que na prática acontece atualmente em muitos lugares, quando a questão é a manutenção de cargos e do poder temporal:

- Líderes, espontaneamente ou pressionados pela família, mesmo com a idade muito avançada e sem nenhuma condição de saúde física e mental se prolongam no cargo, causando dessa forma uma série de transtornos para o ministério e para a igreja;

- Líderes se utilizam de estratégias mundanas, utilizando-se de artifícios para vencer eleições em igreja e convenções, do tipo: compra de votos, oferta de cargos e benefícios, manipulação de urnas, traições, calúnias, processos na justiça comum, ordenação de obreiros sem vocação ministerial (eleitores) etc.;

- Líderes, usam e abusam do nepotismo, colocando parentes, familiares e bajuladores em cargos estratégicos, garantindo assim a manutenção do poder por meio de, retaliações, ameaças e outras ações vergonhosas;

- Líderes, no desejo de manter o seu "império", tentam a todo custo perpetuar a "dinastia", articulando a passagem de sua liderança para um dos filhos. Dessa forma, as "coisas" ficam em casa. No caso de filhos devidamente vocacionados por Deus para a sucessão ministerial, não vejo problema algum;

- Líderes vendem a própria igreja "instituição", com o propósito de manter uma aposentadoria gorda. Um "acordão" é feito da seguinte forma: eu te vendo a igreja com "papel passado e tudo mais" e você me sustenta com um salário vitalício digno (gordo);

- Líderes alteram de maneira escandalosa o Estatuto da igreja ou da convenção, buscando com isso a perpetuação do poder e dos privilégios;

- Líderes promovem grandes "rachas" e divisões, quando percebem que não terão condições de se perpetuar no "trono" (ou de tomá-lo). Há pouco tempo um certo líder declarou: "Aprendi que poder não se conquista, se toma".;

- Líderes subalternos planejam golpes na tentativa de tomar e conquistar o poder, mobilizando "grupinhos" contra a liderança estabelecida.

Alguns líderes evangélicos na atualidade tratam igrejas e convenções como propriedade particular, empresa ou negócio de família. Esquecem que a igreja tem um dono e o seu nome é JESUS.

As questões acima são vivenciadas também em outros níveis de lideranças, como no caso de órgãos e departamentos da igreja.

Não são poucos os casos de regentes de órgãos musicais e líderes de departamentos, que causam problemas à liderança na hora de sair. Como exemplo, podemos citar:

- Mobilizam os componentes dos órgãos e departamentos contra a liderança da igreja, afirmando que está sendo injustiçado e que Jesus não "revelou" a sua saída;


- Não se preocupam em formar sucessores;

- Tenta em alguns casos, também, manter o negócio sob a direção da família;

- Doam instrumentos e outros objetos, ficam com isso chantageando o pastor, e na hora de sair levam de volta consigo os instrumentos "doados";

- Geralmente usam a seguinte expressão: "Este é o 'meu' coral, 'meu' conjunto, 'minha' escola, 'minha' classe, 'minha' mocidade, 'meus' adolescentes, 'minhas' crianças"...

Assim como nos dias de Elias, a sucessão ministerial ou de líderes continua acontecendo de forma conturbada.

APRENDENDO SOBRE SUCESSÃO DE LÍDERES COM ELIAS E ELISEU

Com a sucessão de Elias podemos extrair princípios que podem ser observados nos processos sucessórios que envolvem as lideranças. Observemos alguns destes princípios:

Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. (1 Rs 19.16)

Uma das tarefas mais difíceis para um líder é administrar a própria sucessão. Elias nos ensina a necessidade de obedecermos a vontade e a direção de Deus. O Senhor continua a falar em nossos dias, o problema é que nem todos desejam lhe ouvir, pois a voz de Deus pode frustra alguns ideais pessoais. Quando é o Senhor que orienta, não é necessário questionar a capacidade do sucessor. Elias, com bom senso, simplesmente obedeceu.

Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele.  Então, deixou ele os bois, e correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. E ele lhe disse: Vai e volta; porque que te tenho eu feito? Voltou, pois, de atrás dele, e tomou uma junta de bois, e os matou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se levantou, e seguiu a Elias, e o servia. (1 Rs 19.19-21)

Ao comentar o ato de Elias lançar a sua capa (manto) sobre Eliseu, Champlin (O Antigo Testamento Interpretado. 2. ed. Hagnos/CPAD, 2001, p. 1445, v. 2) afirma:

O manto de Elias era feito de peles de animais recobertas de pêlos. Usualmente era empregado o couro de cabra, com os pêlos pelo lado de fora. Esse manto era parte distintiva das vestes de um profeta e o identificava como um vidente. Ver II Rs 1.8; Mt 3.4; Zc 13.4. Acreditava-se que o poder espiritual era transferido ao profeta por meio do seu manto (ver II Rs 2.13, 14). Naturalmente, pensamos que isso era um ato meramente simbólico, mas nos tempos antigos as mantas dos profetas eram consideradas seriamente objetos de poder. O ato com a manta também era usado para adotar uma criança, pelo que, simbolicamente, Eliseu se tornou filho de Elias, que seguiria para a grandeza espiritual.

Wong (Liderando a Transição. São Paulo: Z3 Editora, 2012, p. 111), sobre o mesmo episódio, comenta:

Elias ungiu Eliseu ao jogar seu manto sobre ele, um ato simbólico que significava a transferência de autoridade de um para o outro. Mas o ato significava mais – como expressado na palavra alemã mantelkind, literalmente a criança do manto ou um filho espiritual. Elias tomou seu protegido sob sua tutela, e se tornou um pai para ele. Ao final de sua vida,Eliseu pediu por "uma porca dobrada" do espírito de Elias, remanescente do direito de herança pertencente ao filhos mais velho (Dt 21.17; 2 Rs 2.9-10)

A sucessão não foi imediata. Houve um tempo entre o "lançar do manto" (1 Rs 19.19) e o "cair do manto" (2 Rs 2.14). Com Elias e Eliseu aprendemos que no processo sucessório não deve haver pressa. Tudo tem que ser no tempo de Deus. Wong (Ibid. p. 113) escreve:

Líderes precisam ser nutridos e precisam de espaço para crescer. Líderes mais velhos precisam dominar menos e delegar mais. Mais importante, os líderes precisam dar tempo àqueles sob seus cuidados. Elias e Eliseu pertenciam a uma era abençoada, onde o aprendizado acontecia com o professor e o estudante vivendo e trabalhando juntos. Sem a intervenção da alta tecnologia, eles estabeleciam um relacionamento de alto contato.

Se desejarmos preparar a nova geração para os desafios do ministério, precisamos investir nela agora. O aprendizado no ministério se dá através do ouvir, ver e fazer. É preciso capacitar e treinar, é preciso mentorear a nova geração.

Eliseu se portou com a devida prudência, e adotou a postura de um verdadeiro líder, a de servo (1 Rs 19.21; 2 Rs 3.11; Mt 20.25-28; Jo 13.3-17). Diferente de alguns pretensos sucessores na atualidade, ele não precisou bajular, nem trair a confiança de seu líder. Assim comportam-se os verdadeiros escolhidos de Deus.

Para que um sucessor realize o seu trabalho com eficácia, é preciso que o antecessor saia de "cena". Elias saiu de cena. Muitos líderes depois que são substituídos continuam interferindo no trabalho do seu sucessor, alimentando a "devoção" do povo. Um líder ao ser sucedido deve ser honrado, mas a direção não está mais com ele. O novo líder precisa andar com as próprias pernas, e na direção do Espírito. Mesmo com a ausência de Elias, Eliseu teve que lidar com o saudosismo de um grupo devoto e leal a Elias (eles sempre existirão):

E disseram-lhe: Eis que, com teus servos, há cinqüenta homens valentes; ora, deixa-os ir para buscar teu senhor; pode ser que o elevasse o Espírito do SENHOR e o lançasse em algum dos montes ou em algum dos vales. Porém ele disse: Não os envieis. Mas eles apertaram com ele, até se enfastiar; e disse-lhes: Enviai. E enviaram cinqüenta homens, que o buscaram três dias, porém não o acharam. (2 Rs 2.16-17)

Eliseu, longe de ficar enciumado ou preocupado, soube lidar com prudência e sabedoria diante da situação. Ele tinha convicção de sua chamada e da posição que o Senhor lhe colocara.

Outra coisa que compromete uma sucessão é quando o líder atual passa do tempo de sair. Elias saiu no tempo certo, não resistiu diante da vontade de Deus (2 Rs 2.11). Não tinha ao que se apegar (cargos, bens, dinheiro, status, etc.). Imagino que se no dias atuais um carro de fogo, com cavalos de fogo, fosse enviado pelo Senhor para buscar alguns líderes, eles pediriam para não ir, ficariam somente para continuar desfrutando das honras humanas, do luxo e dos privilégios que conquistaram.

Eliseu não apenas herdou a primazia do poder do Espírito que operava em Elias, mas foi herdeiro também do seu caráter, de sua integridade e de sua fidelidade ao Senhor.

O que estamos deixando para as novas gerações de líderes, para os nossos sucessores? O que estamos fazendo por eles? Ainda somos referenciais como Elias foi para Eliseu? Nossa capa é ainda desejada pelos mais jovens?

Qual o nosso legado?

Paulista-PE, 09/01/2013