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O perfil do superintendente da Escola Dominical



César Moisés Carvelho

INTRODUÇÃO

Diante das inúmeras e sucessivas mudanças ocorridas em todos os âmbitos e dimensões, é possível verificar que algumas instituições permanecem, para seu próprio prejuízo, estáticas e inflexíveis em relação aos novos desafios e exigências. A grande questão não é por que as instituições então não se aperfeiçoam e mudam, mas, quem na realidade muda? As instituições são criadas, administradas, mantidas e geridas por pessoas. Logo, quem precisa mesmo mudar são as pessoas para só então as instituições mudarem. Outras questões que não podem passar sem a devida reflexão são justamente o como mudar, quando mudar, por que mudar e para que mudar. Isso significa que não se trata apenas de mudar pelo mudar, mas um mudar consciente e objetivo.

A existência necessária e desejada de uma instituição depende de sua imprescindibilidade. Diante de tantos concorrentes, é inadmissível a existência de uma instituição desatualizada e obsoleta. Imaginar-se soberana pelo simples fato de ter uma tradição histórica é um risco que nenhuma entidade ou departamento pode dar-se ao luxo de correr. Infelizmente, muitas não mantêm a lucidez necessária e acabam tornando-se peça de museu ou simplesmente uma página da história pregressa. No entanto, isso não precisa ser assim. Se houver uma percepção inteligente, é possível manter a contemporaneidade institucional empreendendo pequenas, mas substanciais, mudanças que garantirão a sua vida útil.

Na formação pedagógica, por exemplo, atualmente se requer do diretor/gestor que ele seja também regente. Já se vai longe o tempo em que ele era meramente um técnico impessoal que nada sabia da vida em sala de aula. É obrigatório que ele saiba o que significa ensinar para que administre com eficácia e inteligência a escola como um todo. Se partirmos do princípio que a escola, tanto em suas instalações e mobiliário quanto em seus conteúdos e métodos é essencialmente "didática" e "pedagógica", veremos que o papel desempenhado pelo diretor é fundamental senão decisivo. Pensando nesse aspecto, qual será o destino da Escola Dominical no terceiro milênio se ela continuar insistindo em algumas formas — flagrantemente ultrapassadas — que já não respondem às atuais necessidades? Conquanto a doutrina não sofra mutação, o modus operandi e a forma de se realizar o trabalho precisam, em muitas ocasiões, acompanhar as mudanças que ocorrem nesse campo. Com esse conhecimento, essa reflexão visa analisar as atribuições que, com as novas demandas, pesam sobre o gestor da Escola Dominical: o superintendente.

I – O SUPERINTENDENTE

Desde a sua fundação, na forma como ela existe atualmente, em 1780 até os dias de hoje, a Escola Dominical presta uma valiosa contribuição ao povo de Deus e, indiretamente, até à sociedade. Não obstante, é preciso lembrar que já são 230 anos de atividades. O Brasil de 2010 nada tem que ver com a Inglaterra do século 18. O doutor em Educação Cristã, Rob Burkhart, em um artigo com o título O Gigante Adormecido, afirma que a Escola Dominical é o tal gigante. Mas ressalta o seguinte: "Ela não é uma má ideia; ao contrário, é uma grande ideia que com frequência se pratica muito mal".1 O que falta para a Escola Dominical é uma forma de administração inteligente. É preciso pensá-la, e não simplesmente "tocá-la". Em outras palavras, quem ocupa o cargo de superintendente de Escola Dominical, não pode simplesmente "herdar" a mesma forma de geri-la e levar isso avante. É preciso pensar acerca da estrutura e do funcionamento, bem como na forma de gerir a Escola Dominical no intuito de que ela não perca sua dimensão prática e útil perante os alunos.

Qual é o papel do superintendente diante dos grandes desafios trazidos pelos novos tempos? O que as pessoas esperam da Escola Dominical? O que, de fato, a Escola Dominical deve representar para os cristãos? Em primeiro lugar, como disse o doutor em Teologia, Júlio Zabatiero, a fim de "renovar a escola dominical, é preciso que seu caráter de escola seja desenvolvido".2 Conforme escrevi em uma outra oportunidade, a "Escola Dominical pode e deve agradar a Deus, mas ela não é culto, é aula, atendimento informal e personalizado visando aproximar os alunos de Deus, com vistas a formá-los, tendo como modelo valorativo e transcendental o Senhor Jesus (Ef 4.11-16)".3 Para que esse objetivo seja assegurado, é preciso que o superintendente garanta o funcionamento da Escola Dominical nos moldes de um educandário. Entretanto, para que ele assim a veja é preciso que encare a sua função, de fato, como a de um diretor. Devido a especificidade da Escola Dominical, alguns conhecimentos são imprescindíveis ao desempenho da função de quem a superintende.

II – O SUPERINTENDENTE COMO EDUCADOR

Nos círculos pentecostais, há quase três décadas, o teólogo e educador cristão, pastor Antonio Gilberto, já dizia que as "leis da aprendizagem não são invenção humana; são leis e princípios imanentes ao ser humano". No mesmo texto, ele completou seu raciocínio dizendo que "as leis do ensino e da aprendizagem são universais e imutáveis, quer se trate do campo de ação secular ou religioso".4 Isso significa que é preciso conhecer de educação para efetivamente cumprir a missão de escola que pesa sobre a Escola Dominical. A maioria de nós acredita que falar é sinônimo de ensinar, quando na realidade muitas e grandes lições são aprendidas com a observação dos exemplos daqueles que nos ensinam. O grave problema é que muitas dessas lições são negativas! Deixando de lado essa questão do exemplo, é preciso que o superintendente conheça sobre o processo de transmissão-assimilação ou ensino-aprendizagem, pois sem esse saber é praticamente impossível dar um caráter educativo, de fato, à Escola Dominical.

Evidentemente que, partindo de uma visão que tenho defendido em minha obra Marketing para a Escola Dominical5, o superintendente não precisa ser o responsável único por orientações permanentes relacionadas à educação no âmbito da Escola Dominical. Pensar isso seria um desastre, pois é impossível que o superintendente, dependendo do tamanho e da quantidade de docentes em uma Escola Dominical, consiga oferecer um atendimento satisfatório nesse particular. A única coisa que não pode acontecer, é o "acessório" tomar o lugar do "básico". É o que Dermeval Saviani quer dizer quando afirma que "certas características, certas funções clássicas da escola [...] não podem ser perdidas de vista porque, do contrário, acabamos invertendo o sentido da escola e considerando questões secundárias e acidentais como principais, passando para o plano secundário aspectos principais da escola".6

Era justamente por isso que o já citado educador e teólogo Antonio Gilberto, dizia em resposta à absurda objeção de a CPAD possuir um currículo infanto-juvenil: "O real benefício do texto áureo não está no fato de recitá-lo em conjunto na Escola Dominical reunida, mas no ensino bíblico nele contido e assimilado pelo aluno, e isso deve ser feito de acordo com a faixa de idade".7 Por incrível que pareça, havia restrições quanto ao avanço da Educação Cristã nas Assembleias de Deus por conta do tradicionalismo de todos os alunos recitarem o texto áureo no término da aula! A conclusão do educador não poderia ser mais acertada, ou seja, de nada adianta falar o mesmo texto áureo — o que significa que a lição era a mesma para todos, fossem crianças, adolescentes ou adultos —, mas na assimilação do conteúdo bíblico apropriado a cada faixa etária. Mesmo após essa asseveração, ele ainda advertia: "Podemos nos esforçar muito e ensinar pouco ou nada, se não soubermos ensinar".8 O que ele estava dizendo é que por tratar-se de Educação Cristã e de o conteúdo ser a Bíblia, não se pode imaginar que o educador obterá êxito automaticamente. É preciso dispor do conhecimento necessário do processo de educação.

NOTAS
4 GILBERTO, Antonio. Artigo: Novo plano de revistas da Escola Dominical. Mensageiro da Paz. Ano III, n. 1151. Rio de Janeiro: CPAD, março de 1983, p.22.
5 CARVALHO, César Moisés. Marketing para a Escola Dominical. Como atrair, conquistar e manter alunos na Escola Dominical. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.123-31.
6 SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica. 8.ed. São Paulo: Autores Associados, 2003, pp.101-2.
7 GILBERTO, Antonio. Artigo: Novo plano de revistas da Escola Dominical. Mensageiro da Paz. Ano III, n. 1151. Rio de Janeiro: CPAD, março de 1983, p.22.
8 Ibid.
Fonte: http://marketingparaescoladominical.blogspot.com/
















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