“A MENSAGEM DO REINO DE DEUS”
Posted on quinta-feira, 7 de julho de 2011 by Antonio maximino
3º TRIMESTRE DE 2011 - LIÇÃO Nº 02 - 10/07/2011 - "A MENSAGEM DO REINO DE DEUS"
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 02 - DATA: 10/07/2011
TÍTULO: "A MENSAGEM DO REINO DE DEUS"
TEXTO ÁUREO – Mc 1:15
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Mc 1:14-15; Mt 5:3-12; Rm 14:17
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
I – INTRODUÇÃO:
A palavra "BEM-AVENTURADO" ou "BEM-AVENTURANÇA" se origina de uma palavra grega que significa "RIQUEZA".
No Antigo Testamento, o conceito de ser "bem-aventurado" era apenas "SER FELIZ".
No Novo Testamento, essa palavra é elevada, tendo o sentido de:
(1) - "ÚTIL";
(2) - "FELICIDADE ESPIRITUAL";
(3) - "PRESTÁVEL";
(4) - "BEM SUCEDIDO NA VIDA ESPIRITUAL".
Tudo isso com base no bem-estar espiritual daqueles que são fiéis ao Senhor.
II – A MENSAGEM DO REINO DE DEUS:
(1) – O CONTEÚDO DO ARREPENDIMENTO – Mc 1:15 – A porta de entrada para o Reino de Deus é o arrependimento do pecador e sua fé no Salvador, segundo a mensagem proclamada do Evangelho. Talvez, este tenha sido o principal ponto de conflito entre Jesus e os representantes da lei, pois sua expectativa era fundamentada no legalismo oriundo de interpretações exarcebadas e equivocadas do Pentateuco, que nem eles mesmos podiam cumprir. O Mestre os condenou de forma dura e radical – Mt 23:13.
A Igreja nada precisa acrescentar à proclamação messiânica. O arrependimento e a fé (atitudes que cabem ao homem), aliados à graça salvadora de Deus, sustentam a mensagem que abre a porta do Reino de Deus à humanidade.
(2) – O CONTEÚDO ÉTICO – Há um conteúdo ético na mensagem do Reino de Deus. Ele transparece principalmente no sermão das bem-aventuranças. A diferença é que, enquanto os fariseus impunham a ética como resultado da obediência à lei, o Senhor a reconhece como provindo de Sua própria pessoa.
Analisada à luz do texto de forma bem equilibrada, a ética do Sermão do Monte é absoluta e implica no tipo de vida que o Senhor deseja para os súditos do Reino. No entanto, tivesse caráter legalista, ninguém seria capaz de cumpri-la integralmente na era presente, pois estaria contrariando o ensino bíblico sobre a imperfeição do crente e a advertência de que este pode vir a pecar, ainda que a Palavra de Deus ordene o contrário.
III – AS BEM-AVENTURANÇAS:
(1) - A BEM-AVENTURANÇA DA HUMILDADE ou DO ESPÍRITO DESPOJADO - Mt 5:3 - Os humildes ou pobres de espírito são os que, em vez de reagir quando o 'EU' é ofendido, ocupam-se mais com a honra do Rei.
Tiago chama os seus leitores a uma atitude de humildade, mostrando-nos as BÊNÇÃOS DECORRENTES DESSE ESTADO DA ALMA: (Tg 4:6-11)
(A) - MULTIPLICADA GRAÇA DE DEUS - Tg 4:6 cf Mt 10:16
(B) - VITÓRIA SOBRE SATANÁS - Tg 4:7
(C) - MAIOR COMUNHÃO COM DEUS - Tg 4:8
(D) - SENSIBILIDADE ESPIRITUAL - Tg 4:9
(E) - ZELO PELA REPUTAÇÃO ALHEIA - Tg 4:11
(2) - A BEM-AVENTURANÇA DAS LÁGRIMAS ou DO QUEBRANTAMENTO - Mt 5:4 - Os que choram são aqueles que lamentam, não tanto os prejuízos pessoais, mas a perversidade que há no mundo.
Já se popularizou a idéia de que CHORAR É COISA DE MULHER E DE CRIANÇA. Por conta disso, acredita-se que HOMEM QUE É HOMEM, NÃO CHORA.
Mas vejamos a Palavra do Senhor em II Rs 8:11; Lc 19:41; Jo 11:35 - OS MELHORES HOMENS CHORAM MAIS FACILMENTE! AS LÁGRIMAS TÊM EM SI UMA MENSAGEM SILENCIOSA DO CORAÇÃO.
Analisemos as BÊNÇÃOS QUE DECORREM DAS LÁGRIMAS:
(A) - A ALEGRIA - Jo 16:21-22
(B) - PERSPECTIVA DE GLÓRIA - Jo 16:23
(C) - PETIÇÕES ATENDIDAS - Jo 16:23-24 - Deus jamais virou as costas para um rosto banhado em lágrimas, quando sinceras (I Sm 1:10, 19-20; Hb 5:7)
(D) - O CONSOLO DO SENHOR - Apc 7:17; 21:4
(3) - A BEM-AVENTURANÇA DA MANSIDÃO - Mt 5:5 - Os mansos não são os fracos ou covardes; o mansos...
(A) - São os que, sob as pressões da vida, aprenderam a curvar as suas vontades e colocar de lado as suas noções próprias, diante da grandeza e da graça de Deus;
(B) - São caracterizados por uma confiança humilde, em vez de arrogância independente.
(C) - São os que não se ofendem, mas os que sabem responder brandamente.
Dessa forma, OS QUE SE EMPENHAM POR APRENDER A MANSIDÃO...
(A) - NÃO SE INDIGNAM POR CAUSA DOS MALFEITORES, NEM TEM INVEJA DOS QUE OBRAM A INIQUIDADE - Sl 37:1
(B) - CONFIAM NO SENHOR - Sl 37:3
(C) - DELEITAM-SE NO SENHOR - Sl 37:4
(D) - ENTREGAM O SEU CAMINHO AO SENHOR - Sl 37:5
(E) DESCANSAM e ESPERAM NO SENHOR - Sl 37:7
(F) - DEIXAM A IRA - Sl 37:8
Temos, ainda, as BÊNÇÃOS DECORRENTES DA MANSIDÃO:
(A) - POSSE DA TERRA - Sl 37:3, 11 cf Mt 5:5
(B) - ABUNDÂNCIA DE ALIMENTOS - Sl 37:3, 11 cf Mt 6:25-32
(C) - DESEJOS SATISFEITOS - Sl 37:4
(D) - VIDA PERMANENTE - Sl 37:9-10
(4) - A BEM-AVENTURANÇA DA FOME E SEDE DE JUSTIÇA ou A RELEVÂNCIA DA JUSTIÇA - Mt 5:6 cf Lc 1:51-55 - As palavras "fome" e "sede", no texto, significam "estar necessitado", "ter forte desejo", "almejar ardentemente", "buscar ansiosamente".
Jesus procura nos mostrar através desta bem aventurança que antes de possuirmos Deus e seu Reino, precisamos fazer dEle o centro de nossa imaginação e busca. É preciso ansiar por Deus – Sl 42:1-2; Am 8:11; Mt 22:37; Apc 21:6
Vejamos, agora, os OBSTÁCULOS A UMA VIDA DE JUSTIÇA:
(A) - AUSÊNCIA DE COMUNHÃO COM DEUS - Tg 4:4 cf Rm 8:35 cf Is 59:2
(B) - CONFORMAÇÃO COM O MUNDO - Rm 12:2
(C) - FALTA DE ALVO ESPIRITUAL - Fp 3:4
(5) - A BEM-AVENTURANÇA DA MISERICÓRDIA - Mt 5:7 - A palavra misericórdia, dependendo do sentido abordado, pode significar: DEVOÇÃO, COMPAIXÃO, DÓ, BONDADE, FAVOR, GRAÇA. No caso deste versículo, expressa um sentimento emanante do amor de Deus e do coração daqueles que são nascidos e guiados pelo Espírito Santo.
Vejamos, então, as BÊNÇÃOS DECORRENTES DA MISERICÓRDIA:
(A) - O LIVRAMENTO DE DEUS - Sl 41:1-2
(B) - CONFORTO NA DOENÇA - Sl 41:3
(C) - TRIUNFO SOBRE A TRAIÇÃO - Sl 41:9-11
(6) - A BEM-AVENTURANÇA DA PUREZA - Mt 5:8 - A pureza de coração é condição indispensável àqueles que buscam habitar com Deus no monte da Sua santidade.
Por isso, meditemos nos AGENTES POLUIDORES DO CORAÇÃO:
(A) - O MUNDANISMO - Tt 2:12
(B) - A IMPUREZA SEXUAL - Hb 13:4
Vejamos, também, as BÊNÇÃOS DECORRENTES DA PUREZA DE CORAÇÃO:
(A) - A BÊNÇÃO DO SENHOR - Tg 1:17-18
(B) - A FACE DE DEUS - Sl 17:15
(7) A BEM-AVENTURANÇA DA PACIFICAÇÃO - Mt 5:9 - Este texto não é para os que amam a paz, mas para os que a promovem. Não basta querer ou amar a paz; é necessário promovê-la - Tg 3:18 cf Sl 34:14
O pacificador é alguém convencido do fato de haver recebido de Deus o ministério da reconciliação (II Cor 5:18). É um homem cuja bandeira é a paz; é aquele que sabe acalmar as contendas.
Meditemos em alguns OBSTÁCULOS À PACIFICAÇÃO:
(A) - O EU PRÓPRIO - Fp 2:21
(B) - O ESPÍRITO CONTENCIOSO - II Tm 2:24-26; Pv 6:19
Vejamos, também, alguns PRIVILÉGIOS DO PACIFICADOR:
(A) - A RECONCILIAÇÃO DO HOMEM COM DEUS - Jó 22:21-23
(B) - A RECONCILIAÇÃO DO HOMEM CONSIGO MESMO - I Cr 12:18 cf Jó 4:3-4
(C) - A RECONCILIAÇÃO DO HOMEM COM O PRÓXIMO - II Cor 5:18-20
(8) A BEM-AVENTURANÇA DO SOFRIMENTO - Mt 5:10 - O sofrimento é um dos principais e mais cruciantes problemas da humanidade. Ainda que odiado e combatido, é inevitável. Ainda mais: depende do ponto-de-vista de quem o analisa. Para uns, o sofrimento é prova incontestável da tirania ou impotência da parte de Deus; já para outros, o sofrimento fala da perversidade do homem.
Porém, a Bíblia fala do sofrimento e jamais o atribui a um ato de tirania divina, ainda que Deus o permita e o tolere. Em lugar disto, A BÍBLIA ATRIBUI O SOFRIMENTO AO ESTADO DA QUEDA DO HOMEM E À AÇÃO DO DIABO NO MUNDO – Jo 10:10; Tg 4:1-3
Observemos, então, as BÊNÇÃOS DECORRENTES DO SOFRIMENTO:
(A) - PARTICIPAÇÃO NA GLORIFICAÇÃO DE CRISTO - I Pe 4:13 cf Rm 8:17
(B) - O AUXÍLIO DO ESPÍRITO DE DEUS - I Pe 4:14
(C) - PARTICIPAÇÃO NO REINO DOS CÉUS - Mt 5:10
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O conteúdo ético do Sermão do Monte será experimentado de modo perfeito na dimensão escatológica do Reino de Deus. Todavia, é o ideal de todo o crente que adentrou a esfera presente do Reino de Deus, através da Igreja, onde submete sua vida permanentemente ao poder do Espírito Santo, que o faz caminhar em busca da perfeição, como fazia o apóstolo Paulo (Fp 3:14).
Todas essas "bem-aventuranças" cairão sobre aqueles que, durante suas vidas na terra, tiveram a pessoa de Deus como Bem-Aventurado - I Tm 6:15.
A Igreja, portanto, expressa a realidade presente do Reino de Deus em sua trajetória e aponta para as dimensões da era vindoura, onde ele será experimentado em toda a sua glória e esplendor.
FONTES DE CONSULTA
1) A Bíblia Explicada - Edições CPAD - Autor: S. E. McNair
2) Daniel e Apocalipse - Edições CPAD - Autor: Antônio Gilberto
3) Tiago, Nosso Contemporâneo - Edição JUERP - Autor: Isaltino Gomes Coelho Filho
4) Apocalipse Versículo por Versículo - Edições CPAD - Autor: Severino Pedro da Silva
5) Estudo no Livro de Jó - Edição JUERP - Autor: Antônio Neves de Mesquita
6) Lições Bíblicas Maturidade Cristã - Edições CPAD - 1º Trimestre de 1987 - Comentário: Raimundo F. de Oliveira
7) Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre de 1998 – Comentário: Geremias do Couto
8) A Mensagem do Sermão do Monte - ABU EDITORA - Autor: John R. W. Stott
Deus continue vos abençoando - GERALDO CARNEIRO FILHO
A MENSAGEM DO REINO DE DEUS
Lição 2 - 10 julho de 2011
Texto Áureo: Marcos 1.15 O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo, Arrependei-vos e crede no Evangelho.
Leitura Bíblica em Classe: Marcos 1.14,15; Mateus 5.3-12; Romanos 14.17
Marcos 1.14 E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus,
Marcos 1.15 E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
Mateus 5.3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Mateus 5.4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Mateus 5.5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Mateus 5.6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Mateus 5.7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Mateus 5.8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Mateus 5.9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Mateus 5.10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Mateus 5.11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Mateus 5.12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
Romanos 14.17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
O esboço é elaborado exclusivamente pelo texto bíblico da lição. Publicação no transcorrer da semana.
Pr Adilson Guilhermel
fonte
3 de julho de 2011
Lição 02
A MENSAGEM DO REINO DE DEUS
Texto Áureo: Mc. 1.15 – Leitura Bíblica: Mc. 1.14,15; Mt. 5.3-12; Rm. 14.17
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Mostrar aos alunos que o comportamento do cristão dever ser pautado pela mensagem do Reino de Deus.
INTRODUÇÃO
O Reino de Deus se revela em Cristo, uma Pessoa, o próprio Rei. Mas para ser súdito desse Reino é preciso conhecer e obedecer a Sua mensagem. Por isso, na aula de hoje, estudaremos a respeito dos ensinamentos essenciais àqueles que fazem parte do Reino de Deus. A princípio, destacaremos que esse é um Reino espiritual, em seguida, abordaremos a mensagem desse Reino, e por fim, o significado espiritual desse Reino para os cristãos de todos os tempos.
1. O REINO DE DEUS É ESPIRITUAL
Ao longo da história, a igreja confundiu-se sempre que acreditou que o Reino de Deus era material. No Século IV, por ocasião da constantinização do cristianismo, e por conseguinte, do romanismo, alguns cristãos se empolgaram com a implantação da religião cristã através do Império. O resultado consta nos anais da história e entristecem a todos aqueles que amam a verdade do Evangelho de Cristo. A igreja que deveria influenciar o mundo, como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16), deixou-se conduzir pelos benefícios estatais, e, por fim, redeu-se totalmente às barganhas do poder temporal. Jesus sabia muito bem que a relação igreja-estado precisa ser bem demarcada. A igreja precisa influenciar o Estado, mas não pode confundir-se com ele. O Estado sempre terá interesse de ter domínio sobre a Igreja, a fim de diminuir sua força profética. Por esse motivo o Senhor declarou para Pilatos: "O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui" (Jo. 18.36). Os valores do Reino de Cristo não se afinam com aqueles apresentados pela política secular. Os políticos agem por meio da barganha, ao invés de se comprometerem com o próximo (Lc. 9.57-62). Os políticos não amam pessoas, vêem apenas potenciais eleitores, tudo fazem na expectativa do retorno, de receberem um voto em troca, não há graça, pois não existe favor imerecido, não há possibilidade para o perdão (Mt. 18.26,27). Os políticos tudo fazem para aparecer, dependem da projeção pessoal (Mt. 20.20-28), da visibilidade que dão ao que produzem, caso contrário, não conseguirão votos, por isso, não são humildes, uma das características dos cidadãos do Reino de Cristo (Mt. 18.4). O Reino de Deus é um governo espiritual, nada tem a ver com os governos humanos. Mesmo assim, devemos contribuir com a sociedade na qual estamos inseridos, e orar pelos representantes democraticamente eleitos (I Tm. 2.1,2), e quando for o caso, nos opormos quando ferirem aos princípios do Reino (At. 5.29), não apenas no tocante à agenda moral, mas também à social, esta geralmente esquecida pelos cristãos evangélicos.
2. A MENSAGEM DO REINO DE DEUS
Não podemos apartar o Reino da mensagem do Rei Jesus, a Pessoa de Cristo é fundamental à constituição do Reino, mas não podemos desprezar Seus ensinamentos, caso contrário, reduziremos a fé cristã a puro subjetivismo e experiencialismo religioso. Os princípios do Reino de Deus estão registrados nas páginas dos evangelhos, especialmente no Sermão do Monte, nos capítulos 5 a 7 do Evangelho segundo Mateus. No capítulo 5, versículos 3 a 12 o Senhor Jesus destaca algumas características dos súditos do Reino: 1) pobreza de espírito – a riqueza é um empecilho para entrar no Reino de Deus (Mt. 19.16,17), mas existem aqueles que são ricos, mesmo sendo pobres, isto é, estão imbuídos do espírito de grandeza, não têm humildade para reconhecerem a necessidade de Cristo; 2) choro pela condição – para entrar no Reino, é preciso reconhecer a condição espiritual na qual se encontra nascer de novo (Jo 3.3), chorar diante de Deus, arrepender-se dos pecados, receber o consolo através do perdão; 3) mansidão – esse é um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl. 5.22), diz respeito à disposição espiritual para reder-se a Deus, não buscar represálias pela força humana, estar disposto a perdoar aqueles que causam dano, Jesus é o grande exemplo, Ele disse ser manso e humilde de coração (Mt. 11.29); 4) famintos e sedentos de justiça – no mundo campeia a injustiça, as pessoas agem em conformidade com seus interesses egoístas. O pobre é menosprezado, suas necessidades são desconsideradas, os súditos do Reino de Deus não podem compactuar com tais atitudes, deve clamar por justiça (Tg. 5.4), mas não podem esquecer que também são pecadores, carentes da justificação de Deus em Cristo, para salvação dos pecados (Rm. 3.24-26); 5) misericordioso – disposição para não levar em conta a ofensa do outro, deixando de tratá-lo como merece (Cl. 3.13; Ef. 4.32), antes demonstrando misericórdia, lembrando que devemos perdoar, pois também fomos perdoados (Lc. 6.37; Tg. 5.9); 6) pureza de coração – a justificação através do sacrifício vicário de Cristo é a base para a pureza de coração, ninguém pode ser santo, a menos que tenha sido justificado (Hb. 9.14; I Jô. 1.6,7), mas isso não deva isentar o súdito do Reino da busca pela santificação (Gl. 5.16; Hb. 12.14); 7) pacificadores – os súditos do Reino não promovem a guerra, nem mesmo as chamadas guerras "justas", agem sempre com vistas à pacificação, pois nosso Deus é de Paz (Hb. 13.20) que em Cristo nos reconciliou com Ele mesmo (II Co. 5.19,20) e nos dá a Sua paz, que o mundo desconhece (Jo. 14.27), e que é aspecto do fruto do Espírito (Gl. 5.22); 8) perseguidos – os súditos do Reino não temem a perseguição, pois sabem que essa é uma consequência do discipulado (Jo. 7.7; 15.19; II Tm. 3.12), mas não devem desanimar (I Pe. 3.14), antes alegrarem-se, certos do galardão nos céus (Mt. 5.12).
3. O SIGNIFICADO DO REINO DE DEUS
Estudamos, desde a lição passada, várias definições de Reino, mas cabe ainda perguntar: O que é o Reino de Deus, e mais importante ainda: qual o significado do Reino de Deus? Paulo responde em Rm. 14.17: "Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo". Esse versículo precisa ser compreendido no contexto da passagem, na qual o Apóstolo trata sobre a liberdade cristã diante das censuras entre os crentes do primeiro século, sobre o que poderiam ou deveriam deixar de comer. Ele destaca, como em I Co. 8.8, que o que comemos ou deixamos de comer não nos caracteriza como partícipes e súditos do Reino de Deus. Na verdade, algumas práticas religiosas e legalistas existentes em algumas igrejas, apenas servem para desvirtuar o verdadeiro significado da fé cristã (Hb. 9.10; 13.9), em alguns casos, servem apenas para a ostentação humana, pura carnalidade (Cl. 2.21-23). O significado do Reino de Deus é: 1) Justiça – o pecador recebe a justificação em Cristo quando se arrepende dos seus pecados (Rm. 3.21-25; 5.1; 8.33,34). É o Espírito Santo, por meio da Palavra, que convence o homem e a mulher do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.8). A justiça dos homens é falha, muitos veredictos são dados contra os mais pobres e necessitados, para beneficiarem os poderosos; 2) Paz – em virtude da justiça de Deus, podemos ter a paz que excede a todo e qualquer entendimento (Fp. 4.7), antes estávamos distanciados de Deus, por causa dos pecados, mas Ele, pela Sua graça, nos atraiu para Si (Rm. 5.1-3), resultante dessa paz, podemos, agora, ter paz uns com os outros (Rm. 12.18; Hb. 12.14) e com nós mesmos (Cl. 3.15); e 3) Alegria – o fundamento da alegria, tal como o da paz, é o Espírito Santo, produzindo o Seu fruto em nós (Gl. 5.22), tal fruto é cultiva a partir do relacionamento com o Pai (II Pe. 3.1; 4.4,10). Mesmo em meio às provações, na Prisão em Roma, Paulo escreveu uma Epístola aos Filipenses, comumente denominada de Carta da Alegria, apesar de tudo, Ele se regozijava no Senhor (Fp. 4.4).
CONCLUSÃO
Os súditos do Reino de Deus precisam estar atentos à mensagem do Reino, cuidando para que essa não se transforme em meras exterioridades. O Reino de Deus não é uma religiosidade fundamentada na aparência, não é constituída pelo poder mundano. O Reino de Deus é espiritual, portanto, deve ser assumido como tal. Todos aqueles que são cidadãos do Reino de Deus passaram pela experiência do novo nascimento e vivem como filhos de Deus, em justiça, paz e alegria, sendo, por esse motivo, bem-aventurados, isto é, mais do que felizes, mesmo em meio às perseguições.
BIBLIOGRAFIA
COUTO, G. A transparência da vida cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
LADD, G. E. O evangelho do Reino. São Paulo: Shedd Publicações, 2008.
por pb.José Roberto A. Barbosa